Cientistas confirmam: ter sexo antes de dormir melhora a qualidade do sono
Um estudo chegou à conclusão que o sexo ajuda a adormecer mais depressa e a ter um sono mais profundo. Mas não basta ter sexo, é preciso que haja um orgasmo. E a masturbação também não ajuda: só funciona com um parceiro.
Toda a gente já passou por isto: chega a hora de ir para a cama e há uma troca de olhares que, normalmente, permite perceber se vai ou não haver ação antes de se apagarem as luzes. Se já deu por si a dizer ou a ouvir um “hoje não, porque preciso mesmo de descansar”, saiba que foi divulgado um estudo que diz que, nestas situações, não há nada como ter sexo para se descansar mesmo bem.
O estudo, conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade de Groningen, nos Países Baixos, e publicado no Journal of Sleep Research, concluiu que ter sexo com um parceiro antes de ir dormir ajuda a adormecer mais depressa e potencia um sono mais profundo e de melhor qualidade. Contudo, os cientistas identificaram uma condição essencial para isso acontecer: não basta haver sexo, é preciso que a pessoa tenha um orgasmo.
Exatamente. Nos casos em que os participantes não atingiam um orgasmo durante o sexo, verificou-se que, não só não adormeciam mais depressa, como a sua qualidade do sono não melhorava. Pelo contrário: demoravam mais tempo a adormecer e, quando acordavam, tinham a perceção de ter dormido pior do que se tivessem tido um orgasmo.
Já no que diz respeito à masturbação, o estudo indica que esta parece não ter qualquer impacto, tanto no tempo que se demora a adormecer, como na qualidade do sono. Quer seja masturbação com ou sem orgasmo.
Para este estudo, os investigadores pediram a 224 participantes (67 homens, 153 mulheres e quatro pessoas que não se identificavam com nenhum dos géneros) que preenchessem ao acordar, ao longo de 14 dias, um questionário diário acerca das suas atividades sexuais na noite anterior e a forma como tinham passado a noite. Era pedido aos participantes, com idades entre os 18 e os 58 anos, que anotassem se tinham tido algum tipo de atividade sexual nas 24 horas anteriores. Em caso de resposta afirmativa, pedia-se que dissessem quantas vezes e quando tinham ocorrido essas atividades. Era ainda solicitado que indicassem se se tratava de masturbação ou de sexo com parceiro e que práticas tinham ocorrido: sexo oral/vaginal/anal. Por fim, pedia-se que identificasse se tinham tido algum orgasmo no decurso destas atividades sexuais.
Nos casos em que os participantes não atingiam um orgasmo durante o sexo, verificou-se que demoravam mais tempo a adormecer e, quando acordavam, tinham a perceção de ter dormido pior
Durante a análise dos resultados destes inquéritos, os autores do estudo concluíram que apenas os casos em que tinha ocorrido sexo com um parceiro e em que tinha existido um orgasmo podia ser associado a uma diminuição da latência do sono (o intervalo de tempo entre o momento em que fechamos os olhos e o momento em que, efetivamente, adormecemos) e a um aumento da qualidade do sono. A masturbação, com ou sem orgasmo, não produzia qualquer alteração nestes dois elementos.
Já nos casos em que o participante relatava ter tido sexo, com um parceiro, mas que da relação sexual não tinha resultado um orgasmo, os investigadores concluíram que o efeito era oposto, com um aumento da latência do sono e uma redução da qualidade do sono.