Como uma pequena aldeia no litoral de França se transformou na capital internacional do swing

Cap d’Adge recebe cerca de 3,5 milhões de visitantes todos os anos. O maior resort da área tem capacidade para acomodar 40 mil pessoas, na sua maioria naturistas e swingers, que procuram nas praias banhadas pelo mediterrâneo um tipo de diversão que não há em qualquer outro local do mundo.

Quando, em 1958, o governo francês decidiu apostar no desenvolvimento turístico da costa mediterrânica do país, Cap d’Agde era uma simples aldeia junto ao mar, com pouco mais de 2.500 habitantes. Com um areal extenso, água com uma temperatura agradável e clima agradável ao longo de uma parte significativa do ano, aquela área – localizada a cerca de 70 quilómetros de Montepellier – era perfeita para atrair novos turistas.

E não tardou muito até que os tão desejados turistas começassem a chegar. Primeiro os amantes do naturismo e, poucos anos depois, os swingers. A aldeia cresceu e tornou-se uma cidade enorme: atualmente, Cap d’Adge recebe cerca de 3,5 milhões de visitantes todos os anos. Um número que já valeu ao local o título não oficial de capital mundial do swing.

Grande parte da culpa deste desenvolvimento deve-se à Village Naturiste, um resort que abriu em 1967 com um conceito naturista, permitindo aos visitantes desfrutarem das praias e do ambiente natural sem roupas. O espaço, que é hoje uma verdadeira cidade dentro da cidade – com capacidade de acomodar 40 mil pessoas ao mesmo tempo – ficou rapidamente famoso e começou a ser procurado por naturistas de todo o mundo.

A aldeia cresceu e tornou-se uma cidade enorme: atualmente, Cap d’Adge recebe cerca de 3,5 milhões de visitantes todos os anos. Um número que já valeu ao local o título não oficial de capital mundial do swing.

O ambiente de liberdade e aceitação da Village Naturiste atraiu um público diversificado, incluindo muitos que estavam abertos a explorar não apenas o naturismo, mas também outras formas de liberdade sexual. Foi entre as décadas de 1980 e 1990 que o swing começou a ganhar mais destaque em Cap D’Adge, quando o conceito de “liberdade total” começou a ser interpretado de maneiras mais amplas.

O ambiente tolerante da Village Naturiste, combinado com a privacidade relativa oferecida pela área, criou o cenário perfeito para que o swing prosperasse. Casais que visitavam a área para viver o naturismo começaram a explorar relações abertas e o swing, à medida que a comunidade se tornava mais coesa e as facilidades para esse estilo de vida começavam a surgir.

Há uma zona da praia só para swingers.

A reputação de Cap d’Agde como um destino para swingers consolidou-se já no final da década de 1990, quando começaram a abrir vários clubes de swing no Village Naturiste. Estes clubes ofereciam eventos temáticos e espaços dedicados a encontros sexuais, permitindo que os praticantes do swing se conectassem de forma segura e discreta. A fama da cidade como um destino para a liberdade sexual espalhou-se rapidamente, e Cap d’Agde começou a atrair swingers de todo o mundo.

Dados do ministério do Turismo francês indicam que, só no verão, Cap d’Agde recebe entre 350 mil a 500 mil visitantes por ano. Desses, cerca de 40 mil a 50 mil são swingers, com muitos deles a participar nos eventos específicos que ocorrem em clubes e praias da cidade.

A Village Naturiste é vedada e acessível apenas através de dois portões, um para peões e outro para veículos, controlados por seguranças. Apesar de não ser obrigatório ser hóspede, não está aberta a visitantes ocasionais. A entrada é livre para os turistas com alojamento pago no recinto do resort. Quem vier apenas de passagem tem de pagar a entrada, com a possibilidade de pagar um passe diário.

Apesar de se manter, na sua essência como um resort balnear, a Village Naturiste tem, praticamente, todas as infraestruturas que se encontram numa cidade: um banco, uma farmácia, lavandarias, um correio, vários supermercados, cabeleireiros, boutiques de roupa, restaurantes, discotecas, um cinema e até lojas de BDSM.

Com regras muito próprias, este não é um local onde os voyeurs sejam bem recebidos. É fortemente desaconselhado tirar fotografias ou fazer vídeos e o uso de roupas, apesar de tolerado, não deixa de ser mal visto. No resort, há ainda restrições que procuram evitar excessos. Por toda a Village estão espalhados cartazes que alertam para multas pesadas aplicadas a quem praticar atos sexuais em público e que visa especificamente os swingers.

As festas são uma constante.

Em Cap D’Adge, a praia está divida em três partes. Há uma parte do areal (a maior) que se destina a famílias de nudistas — crianças incluídas. Depois há uma zona mais pequena reservada aos casais homossexuais. E por fim uma zona com cerca de 100 metros de areal que foi batizada como a Baía dos Porcos, reservada a swingers onde é proibida a entrada de menores.

É nestes dois últimos locais que “a ação acontece”. Casais a terem relações sexuais à frente de outros é o normal, mas ninguém fica indiferente. Estas cenas têm sempre espectadores-participantes, isto é, pessoas que se levantam das suas toalhas para se aproximarem e verem de perto a cena. Há casais que enquanto estão a fazer sexo incentivam o público a participar, em conjunto ou a sós.

Em Cap D’Adge, a praia está divida em três partes. Há uma parte do areal (a maior) que se destina a famílias de nudistas — crianças incluídas. Depois há uma zona mais pequena reservada aos casais homossexuais. E por fim uma zona com cerca de 100 metros de areal que foi batizada como a Baía dos Porcos, reservada a swingers.

Já à noite, a festa intensifica-se. Curiosamente, é nesta altura que os turistas andam mais vestidos. Aliás, é obrigatório os homens estarem apresentáveis para entrar nas discotecas: calças e camisas são um requisito obrigatório. Já as mulheres, podem apresentar-se de forma mais sensual.

É para as discotecas da povoação, que a maior parte dos swingers se dirige. Aqui o telemóvel é proibido, mas o sexo em público não. Pode ser praticado em várias divisões do sótão do espaço, que vão desde quartos, a masmorras e gloryholes. À semelhança do que acontece na praia, o espaço está dividido: um lado é para os singles — que recebem uma pulseira verde à entrada — e para os trios, o outro para as mulheres e os casais.

O ambiente é de liberdade total.

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