Cuspir ou engolir. Afinal, o que se deve fazer quando acaba o sexo oral?

As recentes declarações da atriz Deborah Secco trouxeram a público um debate que divide muitas pessoas. Mas, afinal, engolir sémen faz bem ou, por outro lado, é um comportamento de risco?

“Você nunca engoliu? Ah, não, eu nunca cuspi!”. A afirmação foi proferida por Deborah Secco durante a sua participação no programa no Surubaum, apresentado por Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso no Youtube, e caiu como uma bomba. Mais do que o choque provocado pela sua frontalidade acerca do tema, a confissão da atriz brasileira abriu porta a uma discussão que, normalmente, pertence às conversas mais privadas dos grupos de amigas.

Deborah Secco foi ainda mais longe: além de garantir que nunca cospe o esperma após o sexo oral, a brasileira afirmou que faz questão de engolir tudo: “eu nunca cuspi e te digo mais: às vezes goza na barriga e eu vou lamber. Tem uns que têm gosto de éter, mas tem uns que são gostosinhos”.

Não, a atriz que deu corpo à personagem principal de “Bruna Surfistinha”, não está sozinha na defesa pública do consumo de sémen. A cantora Christina Aguilera partilha a mesma visão e até se auto-intitula como uma “promotora do engolir”, nas suas próprias palavras. Durante um dos episódios do seu podcast “Call Her Daddy”, Aguilera diz que “engolir é realmente uma coisa boa… [o esperma] Tem muita proteína”.

Quem não partilha exatamente esta ideia é a comunidade médica, já que a prática do sexo oral sem qualquer tipo de proteção aumenta o risco de se contrair infeções sexualmente transmissíveis (IST), como hepatite, clamídia, HIV, gonorreia, sífilis, herpes ou HPV. O risco é ainda maior no caso de haver algum tipo de ferida na boca, alertam os especialistas.

Contudo, não contando com a questão das IST, a verdade é que não há outros riscos conhecidos para o corpo no que diz respeito ao consumo de sémen. A única exceção, extremamente rara, é o caso de pessoas que sofrem de alergia ao sémen, uma condição descrita como hipersensibilidade ao plasma seminal.

Por outro lado, também não há nenhuma vantagem em consumir esperma. E não Christina, não é assim tão rico em proteína. Na verdade, o sémen é constituído por quantidades mínimas de esperma. O resto é proteína, frutose, muco, enzimas, água, vitaminas e minerais. Uma ejaculação típica tem um em um volume médio de cerca de 5 mililitros.

Por isso, em termos de conteúdo proteico, obteremos talvez um quarto de grama a meio grama de proteína, dependendo do homem, em cada 5ml de volume de ejaculação. Assim, em média, há 250 mg (ou 0,25 g) de proteínas em 5ml de fluido ejaculado. Se compararmos com as claras de ovo, por exemplo, uma clara de ovo grande contém 3,6 gramas de proteínas, pelo que seria necessário beber mais de um litro de esperma para satisfazer as necessidades diárias recomendadas de proteínas na nossa dieta.

Resumindo: deve ter em conta a proteção contra IST na hora de decidir o que fazer, mas questões médicas à parte, engolir ou cuspir depende sempre de uma decisão pessoal que tem que ver com o facto de gostar ou não do sabor, do cheiro ou da consistência do sémen.

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