O poder do toque. Como as massagens tântricas podem mudar a sua vida sexual
A Kinks falou com uma especialista neste tipo de massagens, que explica todas as vantagens de levar para o quarto um conjunto de técnicas simples que têm o potencial de mudar completamente a intimidade dos casais.
Trabalho, filhos, casa e outras preocupações. Por mais apaixonado que seja um casal, é difícil não ser engolido pelo rebuliço do dia a dia. No fim do dia, já se sabe, quem paga é a intimidade. A juntar-se ao cansaço e à falta de tempo, muitos casais não têm conhecimento de técnicas que possam ajudar a manter a chama da intimidade acesa. E é aqui que as massagens tântricas podem fazer a diferença e melhorar muito os momentos a dois.
“Este é um tipo de massagem que muito a sensibilidade energética do nosso corpo e isso é muito importante”, explica à Kinks Carolina Turboli, especialista em intimidade e conexão conjugal e que, nos últimos anos se tem dedicado a mudar a vida de outras pessoas. Para a terapeuta, os casais devem olhar mais para as massagens tântricas como uma forma de desbloquear a sensibilidade que o quotidiano nos vai roubando: “nas nossas vidas, perdemos muita sensibilidade. Vamos embrutecendo. Vamo-nos anestesiando para não sentir dor, mas ao não sentir dor, também não sentimos prazer”.
A especialista, que dedica uma parte significativa do seu tempo a trabalhar com casais, em workshops, cursos, eventos, formações e retiros – mas também em sessões individuais – diz que o mais importante a saber sobre as massagens tântricas é que não têm nada que ver com massagens eróticas. “Esse é o maior mito. Uma massagem erótica tem como objetivo dar um prazer imediato. O objetivo é um orgasmo, só isso. Numa massagem tântrica, não: o objetivo é aumentar a nossa potência erótica”, explica, sublinhando que uma massagem erótica não tem, necessariamente, de envolver um orgasmo.
“A massagem tântrica é uma massagem que tem energia sexual, mas não é uma massagem que tenha como finalidade masturbar alguém. Tem um objetivo maior, que é despertar toda as zonas erógenas do corpo, como é o caso da pele”, adianta Carolina Turboli, que salienta que a massagem tântrica é um tipo de massagem que “aumenta a nossa potência orgásmica”.
À Kinks, a terapeuta revela o que é trabalhado numa massagem tântrica: “há partes da massagem que são toques com a ponta do dedo que é uma forma de re-despertar, de devolver sensibilidade ao nosso corpo. Trabalhamos também a parte da respiração e do som”. “Tudo isto ajuda a aumentar os nossos níveis de prazer”, sublinha, esclarecendo que apesar de haver também toques genitais, estes não são toques masturbatórios. “São movimentos que as pessoas não receberam antes, para ter novas sensações e levar novas sensações para a sua sexualidade”, frisa Carolina Turboli, que vai estar no retiro “Honeymoon in Paradise”, que decorre no Nu Camping, de 6 a 8 de setembro.
“A massagem tântrica é uma massagem que tem energia sexual, mas não é uma massagem que tenha como finalidade masturbar alguém. Tem um objetivo maior, que é despertar toda as zonas erógenas do corpo”
Segundo Carolina Turboli, no contexto de casal, as massagens tântricas ajudam muito a “aumentar a conexão emocional, a aumentar a intimidade e a aumentar a libido”. E adianta ainda que pode ser muito importante no caso das pessoas que têm algum tipo de disfunção sexual, especialmente nos casos relacionados com ansiedade, por causa “da respiração e dos movimentos que retiram o foco da penetração e o colocam noutras áreas do corpo”. “As pessoas não precisam de estar sempre com uma ereção para dar prazer à parceira e isso acaba por aliviar um pouco a pressão que estes problemas trazem para a vida sexual do casal”, exemplifica.
A boa notícia é que qualquer pessoa pode aprender a fazer massagens tântricas. De acordo, com a terapeuta, “A técnica em si é muito simples e basta um workshop de um dia para aprender”, afirma Carolina Turboli, alertando, contudo, que o que torna alguém num bom massagista tântrico “é a prática, a sensibilidade, a intuição e outras soft skills que a pessoa pode desenvolver com o tempo”. “Tão importante como o workshop é praticar depois. Porque a prática leva à perfeição”, destaca.
Para garantir que os casais que a procuram não esquecem a importância de manter a massagem tântrica no seu dia a dia, Carolina Turboli tem um método que passa por definir, em conjunto com o casal, um dia – a que chama de “noite feliz” – por semana onde a massagem tântrica deve ser praticada. “Sei que nem sempre é fácil ter tempo, por isso o que peço é apenas duas horas por semana. Uma semana faz um a massagem, na outra faz o outro”, explica à Kinks, revelando que, nos primeiros tempos está sempre disponível para ajudar e tirar dúvidas em tempo real, por exemplo, numa videochamada.
Se a prática for mantida, os resultados, assegura, podem ser fantásticos. “Há pessoas que têm experiências catárticas, mas também podem ter orgasmos inesquecíveis”, assinala Carolina Turboli, recordando o caso de uma cliente que não conseguia atingir o orgasmo: “Na primeira semana que fizeram a massagem sozinhos em casa, depois do curso, ela teve um orgasmo”. “É uma prática que tem tantos benefícios que as pessoas vão criando mais espaços para poderem praticar nas suas vidas”, sublinha a especialista à Kinks.