Temos de falar sobre masturbação

Por alguma razão, esta é uma questão que é sempre excluída das conversas com as amigas, mesmo com as que nos são mais próximas e a quem confidenciamos os nossos segredos mais íntimos. Está na altura de pôr um fim a isso.

Há algum médico na sala? Se sim, faça o enorme favor de esclarecer a toda a gente como a masturbação feminina é uma coisa natural, saudável e até desejável. E que a sua prática não deve ser escondida como um pecado imoral.

Não se percebe muito bem porquê, mas não há maior tabu do que este quando a conversa é sobre o sexo. As mulheres falam sobre tudo entre si, já se sabe. Mas, por alguma razão, esta é uma questão que é sempre excluída das conversas com as amigas, mesmo com as que nos são mais próximas e a quem confidenciamos os nossos segredos mais íntimos.

E, no entanto, todas sabemos que a grande maioria de nós, mulheres, se masturbam. Todas sabemos que o fazemos, mas não falamos sobre a forma, a frequência, os efeitos que tem no nosso corpo – e na nossa disposição. E muito raramente o fazemos na presença de alguém.

Isto leva-me a perguntar: porque é que que criámos um tabu tão grande à volta deste tema? Esta parece ser a pergunta de um milhão de euros, já que não há uma resposta que seja 100% certa. Talvez aconteça porque a sociedade, a nossa cultura, criou um estigma sobre a masturbação feminina, assente em muitas ideias erradas sobre esta prática. Resultado, o que deveria ser celebrado, partilhado e incentivado, acabou por ser empurrado para a clandestinidade em vez de ocupar um lugar saudável dentro da vida sexual de cada uma de nós.

Meninas, vamos lá deixar isto claro, de uma vez por todas: o autoerotismo feminino é uma arma poderosa e deve ser usado, sempre que possível. Ajuda-nos a conhecer melhor o nosso corpo e isso permite-nos guiar melhor quem de seguida se junte nesta viagem dos sentidos. Mas esta não é a única vantagem do prazer a solo. O desejo sexual funciona como um músculo, e posso garantir-vos que os orgasmos não são finitos. Por isso, acreditem quanto vos digo que, quanto mais tempo dedicarem ao auto-prazer, mais vontade terão de o fazer.

Meninas, vamos lá deixar isto claro, de uma vez por todas: o autoerotismo feminino é uma arma poderosa e deve ser usado, sempre que possível.

Apertem os cintos e preparem-se para sensações arrebatadoras. Aqui vale tudo. Abram as muitas portas desta procura incessante pelo orgasmo perfeito. E não se esqueçam que o orgasmo não começa nem acaba, obrigatoriamente, no clítoris. Sim, muitas pessoas têm uma clara preferência pela masturbação clitoriana, mas há outras para quem a masturbação vaginal é o único caminho para o auge das sensações. E não esqueçamos o tabu dos tabus: a masturbação anal.

Com ou sem brinquedos, a sós ou com companhia a masturbação pode ser o anti-stress que está a precisar no seu dia-a-dia. E podem acreditar na minha palavra quando vos digo que existe mesmo uma relação entre a capacidade de lubrificação feminina e a masturbação.

E para os homens que estão a ler este artigo fica já o esclarecimento: a masturbação feminina não tem nada que ver com desespero, falta de assistência ou sexo que não é satisfatório. É muito mais simples do que isso. A masturbação é a oportunidade que cada mulher tem de relaxar e dedicar-se a si mesma. E sim, a ajuda também é muito bem-vinda. Afinal, há poucas coisas mais sexy do que uma uma mulher com a confiança de guiar mãos alheias pelo seu corpo.

No final do dia, o grande segredo é aceitar a masturbação feminina como algo normal. Basta fechar os olhos e tomar as rédeas do seu corpo, empoderando-se e libertando todo o potencial que há em si.

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